A Low Carb, que como o nome diz, significa “baixo carboidrato”, é uma estratégia alimentar que já se tornou o estilo de vida de muitos ao redor do mundo devido a sua eficácia e aos inúmeros benefícios que a restrição de carboidrato e o aumento da ingestão de proteínas traz para a vida da pessoa. Principalmente em tempos onde a sociedade está cada vez mais consciente de que estamos doentes, com o corpo inflamado e viciados em açúcar.
Esta estratégia consiste em baixar consideravelmente o consumo de carboidratos, fazendo assim com que os picos de insulina se mantenham estáveis no organismo, corrigindo então a resistência insulínica que é o motivo de muitas pessoas estarem adquirindo a Diabetes tipo 2, por exemplo, e cada dia mais sofrendo com sobrepeso.
O Ciclo Vicioso
Isso sem falar dos níveis de energia que caem demais ao longo do dia, fazendo com que fiquemos cada vez mais cansados e sem ânimo. "O curioso é que esta queda de disposição e de energia começa logo após o café da manhã", explica a Dra. Bruna Marisa, médica pós graduada em endocrinologia, membro da SBEM e especialista em emagrecimento e praticante do Estilo Low Carb. "Isso acontece porque o café da manhã da maioria das pessoas é composto de pães, cereais e sucos, ou seja: açúcar e carboidrato que força o aumento da produção de insulina, que não se estabiliza, pedindo então mais açúcar ao cérebro, fazendo com que a pessoa coma mais alimentos cheios de carboidratos - açúcar. É um ciclo vicioso perigosíssimo", completa.
Como é feita
Em uma dieta que se restringe o consumo de carboidrato e aumenta-se bastante a ingestão de proteínas, todos estes problemas tendem a acabar. A diabetes se mantem estável, a resistência insulínica acaba, o refluxo cessa, os níveis de colesterol se estabilizam, os hormônios, a vida da pessoa inteira passa a funcionar de maneira correta e obviamente o consumo de remédios cai drasticamente.
Jejum Intermitente
E já que falamos em insulina, vamos falar sobre o Jejum intermitente, que também é uma estratégia utilizada para conseguir diversos benefícios para a saúde, seja emagrecimento, longevidade, disposição e vida plena, muito embora seja praticado há milênios, até hoje é cercado de mitos e dúvidas, que vamos esclarecer.
"Desde o período paleolítico até pouco mais de 100 anos atrás, as pessoas estavam acostumadas a fazer longos períodos de jejum e só se alimentavam 1 ou 2 vezes por dia. Então, o corpo humano está muito preparado para ficar longos períodos em jejum e isso não é problema algum", explica.
O objetivo do jejum é fazer com que o corpo utilize os estoques de gordura, que são armazenadas no nosso organismo ao longo dos tempos.
Segundo a Dra Bruna Marisa, quando nos alimentamos, o organismo começa a dar um destino para a energia absorvida em forma de glicose. Para tanto ele ativa a insulina, responsável por colocar esse açúcar para dentro das células. A energia que não será utilizada pelas células é armazenada pela insulina em forma de gordura.
Depois de um tempo, essa energia se esgota e o corpo é obrigado a usar essas reservas. Ele recorre tanto ao glicogênio, uma forma de energia armazenada nos músculos, quanto ao tecido adiposo, e neste momento ativa hormônios que atuam na quebra de gordura (lipólise), como o glucagon.
Mas como praticar o jejum?
Um dos métodos preferidos entre os praticantes de Jejum Intermitente, é o Método Lean Gains, ou seja, o período de jejum é de 16 horas e a janela de alimentação é reduzida para 8 horas. Ele é feito da seguinte forma:
- Pular o Café da Manhã: Faz a última refeição por volta de 22 horas, pula o café da manhã e almoça por volta de 12 horas.
Pular o Jantar: Faz uma refeição as 7 da Manhã e última refeição às 15h.
Mas o que comer depois do período de jejum?
“Um dos maiores erros que as pessoas que fazem o jejum intermitente cometem, é achar que podem comer de forma normal qualquer alimento nos períodos em que não se está em jejum. Normalmente são indicadas entre 10 a 24 horas de jejum, que pode ser feito diariamente ou somente em alguns dias da semana. Os períodos em que a alimentação é permitida, são chamados de janelas de alimentação. Fora deles, a pessoa deve ingerir líquidos que não possuam calorias, como água (com ou sem gás) e chás e café sem açúcar. Nos períodos de janela, deve-se manter estáveis os níveis de insulina, então a pessoa deve ingerir proteínas, gorduras boas e vegetais, evitando ao máximo o carboidrato e o açúcar. Para quem quer perder peso, o correto é manter qualquer estilo low carb durante todo o período da janela de alimentação", reforça a médica.
E sobre os benefícios do jejum?
A Dra. Bruna Marisa explica que são muitos os benefícios do jejum intermitente. Entre eles:
Uma vez que sabemos disso, podemos afirmar com toda certeza que a estratégia low carb atrelada ao jejum intermitente é absolutamente indicada para pacientes diabéticos e para a perda de peso.
O Jejum intermitente, além de todos seus benefícios, ainda potencializará os benefícios da estratégia de alimentação que você utiliza. Os estudos não mostram diferenças em perda de peso a longo prazo, comparado com as dietas hipocalóricas, diz a especialista. A dieta ideal é aquela que o paciente consegue ter boa adesão.
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